“Não vamos tolerar que os evangélicos ditem as políticas”, disse presidente da ABGLT ao referir-se ao kit gay

Na abertura da Conferência LGBT em Brasília, Ayres Brito, Ministro do STF, disse que no Brasil  não pode existir monopólio heteroafetivo.

A presidente Dilma Roussef foi criticada na abertura da 2ª Conferência Nacional LGBT por não se posicionar abertamente sobre a ‘homofobia’ e por se aproximar de segmentos evangélicos.

“Nossa presidente esteve na ONU e não teve coragem de falar de homofobia (…) Enquanto acordo com evangélicos for feito nas cortinas do palácio, o sangue dos travestis vai continuar correndo”, disse o travesti conhecido por Jovanna Baby, durante seu discurso, na presença dos ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Maria do Rosário (Direitos Humanos).

Pouco depois, quando o travesti citou o ex-presidente Lula, a plateia de cerca de 800 pessoas se levantou e começou a gritar “Lula! Lula! Lula!”. Ao final do discurso, o público cantou “Ô, Dilma, que papelão, não se governa com religião”, o que deixou constrangidos os dois ministros.

Quem também não poupou a presidente Dilma de críticas foi Toni Reis, presidente da ABGLT. Ao referir-se ao kit gay, o ativista disse: “você disse que não ia permitir nenhum retrocesso em seu governo, então, nós queremos a liberação imediata”. E complementa dizendo: “não vamos tolerar que os evangélicos ditem as políticas”.

Ao tomar a palavra, a ministra Maria do Rosário disse que não era justo as críticas à Presidente, pois  Dilma Roussef respalda todas as iniciativas da Secretaria dos Direitos Humanos para o segmento LGBT.

Presente ao evento, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto recebeu das mãos da ministra de Direitos Humanos da Presidência da República, o prêmio de Direitos Humanos na categoria Garantia dos Direitos da População de LGBT e ministrou palestra magna sobre o seu estudo de reconhecimento de direitos de homossexuais no Brasil.

Fonte: Holofote